terça-feira, 26 de junho de 2012

Sobre quantias

Quanto disso não é fugir? Fugir, do quê, afinal? Se nada ficou para trás, nem ninguém.
E quanto não é para esquecer? Ou talvez ser esquecido?
Quanto para procurar, aliás, continuar procurando? Quem procura, procura algo. Como procurar algo que não se sabe exatamente o que é?
Talvez troque de nome. E de idade. Quem notaria?
Quanto mais desconhecido, melhor. Quanto mais desconhecer, mais vivo fica.
Descontruir, um jeito mais bonitinho para significar destruir.

segunda-feira, 18 de junho de 2012

ainda que todos briguem
ainda que choremos todas as noites pelas coisas que não fizemos
ainda que eu me dane
ainda que eu te ame
ainda que você me bata...

Ainda que o ônibus parta...
Por enquanto ele volta.
...
Ainda que fiquemos velhos
e que nossas dentaduras não estejam no mesmo copo.
Ainda que nossos futuros maridos e mulheres durmam angustiados ao nosso lado.

Enquanto vivermos
o abraço de partida
é o beijo de chegada.