segunda-feira, 14 de maio de 2012

Riquezas e road movies


"Tem a ver com experimentar, acima de tudo. Tem a ver com o que pode ser aprendido com o outro, com aquele que é diferente."

Acabo de ler o livro "Na estrada - o cinema de Walter Salles. Quando ele filmou Diários de Motocicleta, seguiu os passos do Che e do Alberto, visitou pessoas que os conheceram e estiveram naqueles momentos históricos com eles. Fez o trajeto pela América Latina que eles fizeram na Poderosa. Olhou pelo ponto de vista de seus personagens, experimentou. Morou seis meses aqui em Buenos Aires durante suas pesquisas.
Agora está para lançar "On the road" o livro de Jack Kerouac. E no seu processo de pesquisa também seguiu os passos de Kerouac, aproveitando para gravar o documentário "Searching for on the road". Em uma conversa com Wim Wenders, ele diz que o único risco é o documentário ficar melhor que o filme.
Wender e Salles defendem os road movies. Acreditam que a existência está mais na jornada do que no destino final.
O nomadismo está presente em nosso sangue, não há dúvidas. As almas inquietas e de espírito livre estão soltas por aí, anonimamente. Estão por todos os cantos, em nossas casas.
Já assisti muitas pessoas desistindo de fazer algo que realmente gostam para fazer algo que lhes dê um bom monte de dinheiro, e esse ato é tanto consciente quanto inconsciente. Fazem esse disserviço para o espírito sem pensar que essa necessidade de consumo não é real, e esvaziam-se.
Defendo com unhas e dentes que a verdadeira riqueza está na experiência. Sou da turma do "viver tudo de todas as maneiras possíveis". Nada me enriquece mais do que desvendar o desconhecido.

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